Uma trajetória e uma pintura bela e rebelde

Sérgio BELLO nasceu no ano de 1952, no Recife, capital do Nordeste brasileiro, região de contrastes.
Aos 15 anos de idade, já era escultor e realizava na madeira seus " Entalhes ". Aos 17 anos, ele expôs seus primeiros trabalhos, aos 18 anos organizou sua segunda exposição individual, e aos 20 anos, realizou à terçeira no Rio de Janeiro, onde ele vendeu tudo o que alí mostrou : o que lhe deu uma indispensável confiança nele próprio.

Em 1973, ele começou desenhando com " bicos de penas ". Seus desenhos já traduziam uma preocupação com o meio ambiente : miríades de flôres preenchiam o céu de uma cidade brasileira. Composições " Líricas ", onde germinavam desde então seus " Gritos de Jóvem artista ".
Aos 25 anos, ele termina seus estudos na Universidade Federal de Pernambuco e prepara-se para sua viagem de estudos na França. Entre 1978 e 1980, cursou na Universidade Panthéon Sorbonne, uma Licence de Estética e Filosofia da Arte.

 

Os Gritos de Éros

Em 1980, ele dedica-se à litogravura. Entre 1982 e 1983, sua pesquisa plástica concentrou-se sobre uma série de desenhos e litos sobre Arte erótica segundo criações de antigas Civilisações ; surgiran assim " Os Gritos de Éros ".
Entre 1984 e 1985, ele termina seu Mémoire de Maîtrise (na Sorbonne) dedicado ao Aleijadinho : escultor mulato mineiro (1730-1814). Esta pesquisa inspirou o seu trabalho de artista plástico.

 

Gritos dos Profetas

Em 1986, Sérgio BELLO obteve um DEA (Diploma de Estudos Aprofundados em Artes Plásticas) da Universidade Panthéon Sorbonne, com o seu projeto " REMAKE - Aleijadinho ". A partir dos anos 1986 e 1987, ele dedica-se à realização de uma série intitulada " Gritos dos Profetas ", em seguida realiza seu painel com 2 metros de altura por 12 metros de comprimento.
Em 1989, ano do bicentenário da Revolução Francesa, Sérgio BELLO lembrava : " Também é o bicentenário da Conjuração de Minas Gerais, uma tentativa abortada de revolução brasileira. Os ideáis revolucionários dos Pensadores Filósofos da Luz tinham atravessado os oceanos e influênciado à campanha humanitária, republicana, anti-escravatura e anti-portuguêsa, movidos por espíritos rebeldes ". Neste mesmo ano, ele expõe no Grand Palais de Paris, no Salão de Figuration Critique, o seu painel monumental dos " Gritos dos Profetas ", e nesta ocasião, ele encontra Jorge Amado, que escreve : " Em meio às belezas de Paris, de repente o Brasil explode na pintura de Sérgio Bello, realmente magnífica …".

 

Gritos dos Povos

De 1990 a 1994, Sérgio BELLO concebe uma outra longa série de pinturas intitulada " Gritos dos Povos " (" Gritos de Fim de Século "). Ele declara : " Uma tela deve falar sozinha, se diz geralmente aos pintores. Minha pintura grita sozinha em silêncio. "

 

Gritos da Terra

Durante os anos 1994 e 1995, Sérgio BELLO engaja-se com uma nova série, sempre bela e rebelde, intitulada " Gritos da Terra " : " Natureza-morta / Natureza-morrendo ".
Radicado na França há 38 anos, Sérgio BELLO nos apresenta com seus trabalhos atuais, o objetivo atingido por uma pesquisa onde o artista reáta com suas orígens de Brasileiro e de " Cidadão do Mundo ", onde ele pinta seja à Amazônia com sua belêza sabotada, seja nosso " terreiro ", nosso Planeta com seus gritos : à Terra-mãe de todos os povos, atingida por uma louca andança. O seu novo projeto de exposição-instalação ( dentro do quadro do Ano do Brasil na França), para 2005, se intitula " Brasil / pau-brasil ".
De pinturas-objétos, com grandes dimenções, onde ele nos interpela com os títulos como : "Terrenobyl", "Terra-queimada", "Terra-partida", "Terra-lotus", "Terra-tronco", "Terra-roda", "Terra-ciclone", ele passa a composições pequeninas de uma delicadêza e de uma belêza meticulosa, que ele intitula "Éco-Iluminuras".

 

Esculturas : Arvores genealógicas - Laços e Lianas (Paris 2015-2016)

 Afim de conceber minhas esculturas, recuperei madeiras da Amazônia, cepas de vinha das regiões de Bourgonha e de Champanha. Fiz enchertos entre as madeiras com papier mâché. Estas composiçãoes irreverentes representam árvores de vidas : árvores genealógicas. Nas minhas criações os homens e as mulheres são figurados por sapatos. É como se nós estivessemos ligados às plantas por longos cordões umbilicais e por lianas sinuosas que nos unissem aos vegetais. Daí, integro às minhas esculturas esses sapatinhos que simbolizam crianças terríveis, os filhos de Gaïa, brotando em cachos, como os brotos das árvores.