Projeto participativo 2017
« Eco - lógico » : Atelier de Artes Plásticas
Proposição de criação coletiva

Oficina animada por  Sérgio BELLO ( Artista Plástico)

Um Eco lógico entre ArteNatureza

Uma criação com elementos reciclados   : como uma proposta « Naturalista » .

Como nas regras de uma « Mandala » , poderemos dar o procedimento a uma realisação partindo do centro da composição, arredondada como o Planeta Terra.

Quatro grandes suportes rígidos, quadrados de 1m x 1m, formarão um políptico  de 2m x 2m. Cada suporte representerá um quarto do Planêta Terra (4 suportes de madeiras do tipo «aglomerado» fixados sobre châssis de madeira) para uma melhor estabilidade.

Propomos aos participantes desta Oficina, recolher matérias naturais que eles poderão estocar com antecedência, e trazê-las ao atelier afin de termos o material necessário para o trabalho coletivo. (Podemos estocar a partir de agora).

Progressivamente, fixaremos os elementos naturais, que farão parte integrante de uma obra monumental. Esses elementos naturais são vegetais, minerais e animais. ( Vegetais  : folhas sêcas, pétalas e flôres sêcas, ramos, galhos, raízes, cascas de árvores, cêpas de vinha, fibras, sementes, grãos… Minerais : areias, argilas, seixos, pedras, pequeninas rochas, corais… Animais  : plumas, péles, ossos, conchas, fósseis…).

Consêlho : As fôlhas, as pétalas e as flôres podem secar bem amassadas dentro de velhos almanaques telefônicos. (A partir de agora).

Para à participação de crianças, outros elementos poderão integrar a composição, como pequeninos animais de plástico, que bem representariam à Biodiversidade sobre a Terra.
Material de trabalho : 8 litros de Cola branca para madeiras (NORFIX – Cola Plástica), 12 rôlos de papéis toilettes (branco) – para fabricar o papel machê (para fixar os elementos em volumes), vários pincéis e 12 Côres Acrílicas : verde claro, verde escuro, azul claro, azul escuro, amarelo, rosa, vermelho luz, ocre, marron, prêto, branco e dourado).

 

Motivação :

Sinto-me feliz de podeir animar uma oficina coletiva em contato direto com crianças e com adultos. Particularmente sensivel com as crianças, hajavisto que elas representam o futuro.

Gostaria, na medida do possível, poder esboçar com os participantes desta Oficina de Arte, um diálogo útil e necessário : como um eco lógico entre nós.

Artista plástico, decidí pintar a biodiversidade terrestre ameaçada por nossa evolução galopante : Edgar Morin nos faz apêlo à « uma tomada de consciência da comunidade do destino terrestre, verdadeira consciência planetária  ».

A série pictural que apresento, intitula-se « Gritos da Terra » . Nossa Terre, nosso terreiro que faz apêlo ao futuro. São obras como gritos de socorro, como uma advertência, como interrogações artísticas, belas e rebeldes !

Françeses, Brasileiros, do Norte ou do Sul, nossas orígens terrestre e nossos destinos são os mesmos. Nossos interesses devem ser similares.

Para a realização destas composições picturais, técnica mixta, eu pratico uma verdadeira reciclagem. Recupero os elementos naturais, vegetais, minerais, animais, e os integro às minhas criações.

Obras que considero « Naturalistas », onde integro fatias de troncos de árvores, pedaços de fibras, madeiras lavadas, galhos mortos, lianas, raízes, folhas, cascalhos, pedaços de tijólos de terra-cota, pedras semi-preciosas, areias vulcânicas, cascas de frutas, peles de serpentes, plumas de pássaros tropicais … São obras com misturas e acumulações, como em uma alquimia, mais do que barroco, quase rococó – nada minimalista.

A biodiversidade é assim sugerida por composições que são enfim « Naturezas-mortas » , ou « Naturezas-morrendo »  : como um « Eco lógico » entre Arte e Meio Ambiente .

Nossa Terra-mãe está precisando dos nossos olhares os mais protetores.

Desta forma, represento a Terre aos Gritos : como se ela chamasse os nossos olhares cúmplices, os nossos olhares mais afáveis !

Sérgio Bello

Sérgio Bello é um artista transmissor…

Sérgio Bello é um criador cuja obra explosiva canta a Terra. E grita, com ela, as dôres as quais nós a submetemos. O que procura, nos diz ele, é uma « expressão artistica bela e rebelde », obras combatentes, resistentes, que nos interroguem sobre a agressividade dos homens em direção da Natureza « com sua belêza sabotada... » Continuação do texto


Com o Sérgio, o artista também tórna-se um testemunha-mediador : ele transmite sua experiência do laço entre Arte e Natureza, um laço que é à essência de sua obra. Este laço, que ele tão bem chama de um « Eco-lógico » , borda o fio de ouro que une todos os que participam aos seus ateliers-oficinas.

Com emoção, Sérgio sabe dialogar e transmitir o calor do seu olhar apaixonado, abraçando toda a Natureza : seus três reinos e seus quatro elementos. Quando Sérgio anima suas oficinas, ele comunica à sua afeição de militante e atinge as consciências. Sob o seu rítimo benfeitor, as crianças mostran-se particularmente receptivas e prontas a exprimir suas criatividades. Em grupo, elas participam do processo de realização de uma obra coletiva. Pouco a pouco, elas aprendem a olhar a natureza de uma outra maneira, a respeitá-la procurando : areia, casca, pluma, caváco de madeira, concha do mar … o mais simples raminho, o seixinho, a florzinha sêca tomam um outro sentido : não são mais dejétos, são riqueza de formas, de côres, de substâncias, de texturas. Elas aprendem a reciclá-las para que vistam, para que residam na obra comum, o círculo do Mandala, simbolo da redondêza terrestre. O talento de pedagogo de Sérgio ajudam-os a renovar suas visões do nosso Globo, assim como renovar as visões deles mesmos, para dar mais valor à Terra ao mesmo tempo que às suas próprias pessoas. Aos pouquinhos, sucessivamente, cada criança descobre suas capacidades desconhecidas, maravilhados. Durante os ateliers de Sérgio, os dêdos animam-se, os olhos acordam-se, as almas vibram e palpitam. A arte torna-se território de vida, local de memória de uma experiência única : àquela que, pela arte e pela transmissão de Sérgio, abre o coração para à Beleza do mundo.

Chantal Delacotte – Agrégée de géographie – Professeur-formateur.
Paris, 11 de novembro de 2008.